domingo, 27 de julho de 2014

Um pouco de Arqueologia: Cultura Marajoara

Você conhece a Ilha de Marajó? 

Ilha de Marajó

A ilha do Marajó é uma ilha brasileira do estado do Pará, localizada na foz do rio Amazonas no arquipélago do Marajó.

Com uma área de aproximadamente 40 100 km², é a maior ilha do Brasil e também a maior ilha flúvio-marítima do mundo. A cidade de Belém situa-se à sudeste do canal que separa a ilha do continente. A maior ilha fluvial é a Ilha do Bananal.

Destaca-se pelos montes artificiais, nomeados tesos, construídos ainda em seu passado pré-colombiano pelos índios locais. A ilha era chamada de Marinatambal pelos indígenas (confirmado por Sir Walter Raleigh no século XVI), já em tempos coloniais foi denominada como Ilha Grande de Joannes.


A Ilha de Marajó, além de ser um belíssimo ponto turístico, também é um importante sítio arqueológico; pois nela foram encontrados vestígios de uma cultura muito antiga e muito rica, a Cultura Marajoara. Nessa cultura, que ainda intriga os pesquisadores, há grande destaque para sua cerâmica.

Vejamos um pouco sobre a Cultura Marajoara.


Vaso Globular Marajoara - Museu Nacional UFRJ


Há cerca de 5.000 anos algo novo e importante aconteceu no baixo Amazonas: alguns grupos caçadores e coletores começaram a utilizar vasos feitos em cerâmica e, provavelmente, também a cultivar a terra, produzindo parte de seu alimento.

Ainda não sabemos se estes grupos desenvolveram, por si próprios, o conhecimento da cerâmica e do cultivo, ou se adquiriram este conhecimento a partir de seus vizinhos dos Andes e da América Central, que já tinham uma agricultura bastante desenvolvida.
   

Muitas mudanças ocorreram a partir daí. Em primeiro lugar, grupos ceramistas e cultivadores tendem a se tornar sedentários, ou seja, a ficar mais tempo em cada lugar, implantando aldeias permanentes e ocupadas por várias gerações.

Esses ingredientes, favorecendo o aumento da população e criando a necessidade de estabelecer regras de convivência para grupos de pessoas cada vez maiores, levou, na Amazônia, à emergência de sociedades bastante complexas.

Sem dúvida, a mais complexa de todas foi aquela que os arqueólogos denominam "Cultura Marajoara".

Tapa sexo - BBC Brasil

Na época em que a Cultura Marajoara atingiu seu mais alto grau de desenvolvimento não havia, em toda a Amazônia, qualquer ocupação humana que lhe fosse comparável.

Porêm, esta Cultura representa um enigma para os arqueólogos. Os cientistas ainda não sabem de onde este grupo veio e também desconhecem seu destino, pois o grupo desapareceu de repente, em conseqüência, talvez, de ataques de povos indígenas numerosos e belicosos vindos do continente.

De qualquer maneira, os Marajoaras não estavam mais na ilha quando o colonizador europeu chegou ao Brasil e, por isso, somente escavações nos poucos tesos intactos que ainda restam em Marajó poderão trazer luzes a estas inúmeras questões.

Texto na íntegra em: Arqueologia Brasileira


Urna Funerária - Museu Nacional UFRJ.


O Brasil não tem resquícios de cidades ou arquiteturas de civilizações ancestrais, mas guarda objetos de valor inestimável como a cerâmica da cultura marajoara – da Ilha de Marajó, no Pará – feitas pelos antigos povos indígenas da região. Agora, pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) encontraram objetos que representam urnas funerárias de populações que viveram há mais de dois mil anos em um sítio conhecido como Ilha de Terra, região da Floresta Nacional de Caxiuanã, no interior do Pará. A descoberta chama a atenção dos pesquisadores porque ajuda a entender como a cultura marajoara se difundiu na região amazônica.

Segundo a coordenadora do projeto de salvamento arqueológico do local, Alicia Duran Coirolo, o material encontrado é bastante semelhante ao dessa cultura, porque apresenta aparentemente as mesmas técnicas de decoração e as formas de algumas vasilhas. “É a primeira ocorrência desse tipo de decoração de características marajoaras achada fora do arquipélago de Marajó”, afirma a pesquisadora. “Isso indica a comunicação entre os diferentes povos e a forte migração existente na Amazônia.”

Os arqueólogos se surpreenderam novamente após analisarem o material da Ilha de Terra: eles verificaram que esses objetos são mais antigos que os de Marajó. As cerâmicas recém-encontradas foram fabricadas entre 1000 e 2150 anos atrás, enquanto as do arquipélago têm entre 500 e 1500 anos de idade. “A cultura marajoara pode ter se proliferado antes na região de Caxiuanã para depois alcançar a Ilha de Marajó”, sugere Coirolo.





PARA SABER MAIS SOBRE A CULTURA MARAJOARA

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