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| Pajé - Fonte: EcoDebate |
Não é raro, aqui no Brasil, ouvirmos histórias de nossos avós, ou até de nossos pais, sobre o uso de ervas e encantamentos - ou rezas - no processo de cura de enfermidades. Essas são práticas herdadas de nossos ancestrais indígenas.
Pretendemos mostrar um pouco da rica medicina Tupi-Guarani.
Um breve resumo sobre o que é a medicina Tupi-Guarani segue abaixo:
Quem trata os índios é o pajé, que usa ervas e encantamentos (magia) para obter a cura. Isso porque para os índios a doença está sempre ligada a um delito cometido contra os deuses, os mortos ou a sociedade. Daí a necessidade de recorrerem à magia e ao sobrenatural em seus métodos curativos. Mas além dos encantamentos (chocalhar de maracás, recitação de fórmulas mágicas) e dos amuletos (conchas, ossos etc.), os pajés lançam mão também de práticas de uso universal, como os banhos, o repouso, o jejum e o emprego do calor (cinza quente sobre o local dolorido, aquecimento da rede do enfermo com braseiro etc.).
Entre as ervas medicinais usadas incluem - se a ipecacuanha (Cephaelis ipecacuanha), como vomitivo, expectorante e antidisentérico; o jaborandi (Monniera trifolia), como tônico e diurético; o alecrim (Rosmarinus officinalis), estomacal e estimulante; o guaraná (Paullinia cupana e P. sorbilis), contra males intestinais, dores nevrálgicas e sobretudo como tônico e reconstituinte; o fumo (Nicotiana tabacumi), aplicado na picada de animais venenosos, umedecido com saliva, ou soprado como fumo sobre a área doente do corpo; a malva (Malva sylvestris), para reduzir inflamações; sementes de mamona (Ricinus communis) e do coco andá - açu (Joannesia princeps), como purgativo.
Fonte: Miniweb
A "Comissão Pró Ìndio", em São Paulo, lançou a cartilha Folhas e Raízes; em Junho de 2014, destinada a preservar o conhecimento ancestral sobre a utilização das ervas como forma de cura.
“Tem muita importância ensinar novamente porque estão esquecendo
muitas coisas. Eu aprendi com meus avós, com meus tios, que era grande
rezador, conhecedor da natureza, então eu cheguei a conhecer muitas
coisas com eles, tanto na parte espiritual como também na parte material
– a medicina do mato, né. Estamos fazendo isso para deixar alguma
coisa, porque não vou viver muito tempo mais. Então antes que meu corpo
vá embora quero deixar alguma coisa para eles ainda”, Gwaíra, pajé.
Fonte: Eco Debate
A cartilha pode ser lida, em tupi-guarani, aqui: Folhas e Raízes – Resgatando a medicina tradicional Tupi-Guarani
Abaixo segue um vídeo, com Kaká Werá, sobre a Medicina Tupi.
"O ser humano não é o corpo. O corpo é a roupa que o ser humano veste pra existir. É uma roupa que ele põe quando nasce, pra atravessar uma jornada de existencia no mundo físico e que ele retira quando faz a passagem pra continuar sua existência em outros níveis de vida. Então, o corpo é uma roupa". (Kaká Werá)
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