Além das pinturas corporais, a arte plumária também é uma expressão cultural riquíssima e bem marcante dos índios da nossa terra. Essa arte também é explorada pelo guitarrista da Arandu Arakuaa, Zândhio Aquino e pela vocalista Nájila Cristina.
Segue um texto retirado de um trabalho realizado por uma equipe de Sociologia da UFMG sobre a Arte Plumária dos índios no Brasil.
Para quem se interessar em conferir o texto na íntegra, basta seguir o link: Arte Plumária
ARTE PLUMÁRIA - ÍNDIOS BRASILEIROS
No Brasil, existem pelo menos 30 grupos indígenas que produzem adornos plumários. Alguns deles: Xavante, Waurá, Juruna, Kaiapó, Tukano, Urubus-Kaapor, Asurini, Karajá.
A arte plumária indígena possui um caráter ritualístico, em dois níveis:
1 - A confecção das peças (modo de fazer): é feita exclusivamente pelos homens, que obedecem a um ritual de caça, coleta, separação, tingimento, corte, amarração, etc.. da matéria-prima, afim de dar uma forma específica a ela.
2 - Finalidade (simbolismo):
· A arte plumária é uma forma de comunicação, de linguagem.
Os grupos indígenas ornamentam o corpo em contraposição aos outros seres vivos (animais e outros grupos indígenas).
Contrapondo-se os diferentes grupos indígenas cria-se um diferencial, tanto no aspecto interno da tribo quando no externo a estes grupos.
· Extrapolando o conceito de enfeite, a plumária é um símbolo usado em ritos e cerimônias. Pode representar mensagens sobre sexo, idade, filiação (clã), posição social, importância cerimonial, cargo político e grau de prestígio dos seus portadores e possuidores.
· O uso dos objetos plumários é privativo aos homens principalmente nos cerimoniais onde eles possuem um papel mais destacado que as mulheres.
· A plumária Kayapó é extremamente variada. Possuem cocares, testeiras, diademas, braçadeiras, pulseiras, bandoleiras, ornamentos, dorsais e flechas.
· Existe uma variedade de ornamentos dentro de um mesmo grupo Kayapó. Os ornamentos variam em forma e tamanho, tornando possível a identificação dos diferentes subgrupos (escala social).
"...apesar de possuírem uma tradição artística comum, cada grupo evoluiu ao longo de orientações estéticas próprias sendo que a criatividade de um artesão anônimo levou a novas expressões artísticas." (VIDAL in "Arte plumária do Brasil", p. 32)
RITUAIS
· A plumária kayapó é usada nos rituais de iniciação masculina e nominação, no casamento e na paramentação dos mortos nos rituais funerários.
· A ornamentação plumária se relaciona com a vida cerimonial dos kayapós, enquanto no cotidiano o que prevalece como ornamentação do corpo são as pinturas.
· Os ornamentos possuem grande simbolismo para os kayapós. Por exemplo: para um sub-grupo kayapó (kayapó-xikrim) os objetos de plumária podem representar um olho, sendo as penas utilizadas em pestanas. Ou o sol, onde as penas representam os raios.
Zândhio Aquino |
Nájila Cristina |
Segue um texto retirado de um trabalho realizado por uma equipe de Sociologia da UFMG sobre a Arte Plumária dos índios no Brasil.
Para quem se interessar em conferir o texto na íntegra, basta seguir o link: Arte Plumária
ARTE PLUMÁRIA - ÍNDIOS BRASILEIROS
No Brasil, existem pelo menos 30 grupos indígenas que produzem adornos plumários. Alguns deles: Xavante, Waurá, Juruna, Kaiapó, Tukano, Urubus-Kaapor, Asurini, Karajá.
A arte plumária indígena possui um caráter ritualístico, em dois níveis:
1 - A confecção das peças (modo de fazer): é feita exclusivamente pelos homens, que obedecem a um ritual de caça, coleta, separação, tingimento, corte, amarração, etc.. da matéria-prima, afim de dar uma forma específica a ela.
2 - Finalidade (simbolismo):
· A arte plumária é uma forma de comunicação, de linguagem.
Os grupos indígenas ornamentam o corpo em contraposição aos outros seres vivos (animais e outros grupos indígenas).
Contrapondo-se os diferentes grupos indígenas cria-se um diferencial, tanto no aspecto interno da tribo quando no externo a estes grupos.
· Extrapolando o conceito de enfeite, a plumária é um símbolo usado em ritos e cerimônias. Pode representar mensagens sobre sexo, idade, filiação (clã), posição social, importância cerimonial, cargo político e grau de prestígio dos seus portadores e possuidores.
· O uso dos objetos plumários é privativo aos homens principalmente nos cerimoniais onde eles possuem um papel mais destacado que as mulheres.
Ìndios Pataxó |
TRIBO DOS KAYAPÓS
· A plumária Kayapó é extremamente variada. Possuem cocares, testeiras, diademas, braçadeiras, pulseiras, bandoleiras, ornamentos, dorsais e flechas.
· Existe uma variedade de ornamentos dentro de um mesmo grupo Kayapó. Os ornamentos variam em forma e tamanho, tornando possível a identificação dos diferentes subgrupos (escala social).
"...apesar de possuírem uma tradição artística comum, cada grupo evoluiu ao longo de orientações estéticas próprias sendo que a criatividade de um artesão anônimo levou a novas expressões artísticas." (VIDAL in "Arte plumária do Brasil", p. 32)
RITUAIS
· A plumária kayapó é usada nos rituais de iniciação masculina e nominação, no casamento e na paramentação dos mortos nos rituais funerários.
· A ornamentação plumária se relaciona com a vida cerimonial dos kayapós, enquanto no cotidiano o que prevalece como ornamentação do corpo são as pinturas.
· Os ornamentos possuem grande simbolismo para os kayapós. Por exemplo: para um sub-grupo kayapó (kayapó-xikrim) os objetos de plumária podem representar um olho, sendo as penas utilizadas em pestanas. Ou o sol, onde as penas representam os raios.
Cacique Raoni (Etnia Kaiapó) |
Dos costumes indígenas, a arte ornamental (plumária e pintura corporal) é a mais prejudicada pelo contato com o homem branco.
Os adornos plumários, hoje, são muito mais objetos confeccionados para venda ou troca com os visitantes das tribos do que para o próprio uso, como foram no passado. Ainda assim, apesar de deturpada, a produção de artefatos, que visa o comércio, ajuda na preservação dessa arte.
A produção desse "comércio para turismo" gerou uma tendência a priorizar a quantidade em detrimento da técnica e do seu conteúdo simbólico.
Enfeite de cabelo Bororo |
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